23 de dez. de 2010

ARTE VESTÍVEL


A Arte Vestível foi um movimento que iniciou nos anos 60, época de grande efervescia cultural. Foi nesse período que emergiu a Wearable Art – ou Arte Vestível como uma forma de contestar à produção em massa da Indústria da moda. Os artistas da época criaram uma proposta irreverente e ousada junto à confecção artesanal de roupas. Os figurinos tinham por premissa valorizar a individualidade das pessoas, estabelecendo uma coerência que unia criação, traje e expressão do corpo.

Para tanto os artistas utilizavam muitas técnicas que se diversificavam entre a pintura, colagem, crochê, tricô, bordado, entre outros. Além disso, a Arte Vestível conta com uma gama de possibilidades quando o assunto é material para a confecção dos looks. Nesse sentido, o vestuário pode ser produzido com fibras naturais a silicone e vinil, resultando na criação de um figurino atemporal, que forma um mix de arte, artesanato e técnica, além da associação entre passado e vanguarda. Outra forte característica desse conceito é a criação livre, e também autobiográfica, onde os looks têm o corpo como base para imaginar uma arte vestível.

Engajado nessa filosofia em que as formas do corpo regem a criação, os artistas iniciaram uma produção figurinos longe dos padrões estéticos pré-concebidos, porque visava adequar à personalidade de cada corpo junto ao look. Para mostrar ao público americano essa nova realidade cultural, a museóloga Julie Schafer inaugurou em Nova York na Madison Avenue, nº 762 a galeria Artisans’ Gallery. Esse espaço tornou-se uma referência na Arte Vestível. No Brasil o conceito foi trazido por Liana Bloisi por volta de 1988, aqui batizado de rouparte.

A pouco tempo tive a oportunidade de conhecer o trabalho da artista plástica Hedva Megged. Creio que a grande tendência da moda nas próximas décadas será um look a temporal, longe de tendências comerciais que muitas vezes estão longe de expressar nosso estilo.
 
  FERNANDA BAUM
 






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