8 de dez. de 2010
A DÉCADA DE 20
1920 - A ERA DO JAZZ
Uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazz-bands e pelo charme das melindrosas - mulheres modernas da época, que frequentavam os salões e traduziam em seu comportamento e modo de vestir o espírito da também chamada Era do Jazz. A sociedade dos anos 20, além da ópera ou do teatro, também freqüentava os cinematógrafos, que exibiam os filmes de Hollywood e seus astros, como Rodolfo Valentino e Douglas Fairbanks. As mulheres copiavam as roupas e os trejeitos das atrizes famosas (Gloria Swanson e Mary Pickford). A cantora e dançarina Josephine Baker também provocava alvoroço com trajes ousados.
Livre dos espartilhos, usados até o final do século 19, a mulher começava a ter mais liberdade e já se permitia mostrar as pernas, o colo e usar maquiagem. A boca era carmim, pintada para parecer um arco de cupido/coração; os olhos eram bem marcados, as sobrancelhas tiradas e delineadas a lápis; a pele era branca, o que acentuava os tons da maquilagem. A silhueta dos anos 20 era tubular, com os vestidos mais curtos, leves e elegantes, geralmente em seda, deixando braços e costas à mostra, o que facilitava os movimentos frenéticos exigidos pelo Charleston - dança vigorosa, com movimentos para os lados a partir dos joelhos. As meias eram em tons de bege, sugerindo pernas nuas.
O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno.
O modelo mais popular era o “cloche”, enterrado até os olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, a “la garçonne”, como era chamado. A mulher sensual era aquela sem curvas, seios e quadris pequenos, a atenção estava toda voltada aos tornozelos.
Em 1927, Jacques Doucet (1853-1929), figurinista francês, subiu as saias ao ponto de mostrar as ligas rendadas das mulheres - um verdadeiro escândalo aos mais conservadores. Esta década foi da estilista Chanel, com seus cortes retos, blazers, cardigãs, colares compridos e cabelos curtos. Chanel lançou uma nova moda após a outra, sempre com muito sucesso. Outro nome importante foi Jean Patou, estilista francês que se destacou na linha “sportswear”, criando coleções inteiras para a estrela do tênis Suzanne Lenglen, que as usava dentro e fora das quadras.
Suas roupas de banho também revolucionaram a moda praia.
No Brasil, em 1922, a Semana de Arte Moderna, realizada por intelectuais, como Mário de Andrade e Tarsila do Amaral, levou ao Teatro Municipal de São Paulo artistas plásticos, arquitetos, escritores, compositores e intérpretes para mostrar seus trabalhos, os quais foram recebidos, ao mesmo tempo, debaixo de palmas e vaias. Esta foi o grande acontecimento cultural do período, que lançou as bases para a busca de uma forma de expressão tipicamente brasileira, que começou a surgir nos anos 30. Em 25, os surrealistas mostraram seus trabalhos em Paris. Entre os artistas estavam Miró e Picasso. Foi a era das inovações tecnológicas, da eletricidade, da modernização das fábricas, do rádio e do início do cinema falado, que criaram, principalmente nos EUA, um clima de prosperidade sem precedentes, constituindo um dos pilares do chamado “american way of life” (estilo de vida americano). Toda a euforia dos “felizes anos 20” acabou no dia 29 de outubro de 1929, quando a Bolsa de Valores de Nova York registrou a maior baixa de sua história.
De um dia para o outro, os investidores perderam tudo, afetando toda a economia dos EUA e no mundo. Os anos seguintes ficaram conhecidos como a Grande Depressão, marcados por falências, desemprego e desespero.
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